O comércio internacional é um dos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da economia dos países. Comércio significa a troca de bens e serviços por capital. Já o comércio internacional é caracterizado por essa troca a nível internacional, que acontece entre nações e não de forma interna dentro do país. Em grande parte dos países esse ramo representa uma fatia considerável do seu PIB.
A história desse tipo de comércio é antiga. Na antiguidade, por exemplo, os egípcios exportavam e importavam artigos de luxo e também compravam madeira para construir palácios. Outro exemplo, são as expansões marítimas do século XV, que proporcionou um grande crescimento do comércio. Mas foi a partir do século XX que houve um destaque especial, ainda mais com a intensificação da globalização onde houve um crescimento da população mundial, da produção industrial, o avanço dos meios de transporte e das telecomunicações, etc. Outro fato foi o desenvolvimento das empresas e, portanto, a necessidade de expansão.
À medida que ocorreu esta evolução, a participação dos países se tornou cada vez mais intensa, principalmente no pós-guerra. Esse crescimento trouxe transações que envolveram atividades de exportação e importação, investimentos, empréstimos e transações diversas.
O comércio internacional provocou o aumento das barreiras comerciais, que foram impostas para proteger o desenvolvimento das empresas locais. Essas barreiras inseridas pelos desenvolvidos afetaram as exportações dos países emergentes. Dentre elas, pode-se citar a barreira tarifária, onde são adicionadas alíquotas de impostos sob produtos estrangeiros; e a barreira não tarifária que seria impor cotas, controle de preços, normas, regras, regulamentações sanitárias aos produtos estrangeiros. A fim de reduzir essas barreiras e privilegiar os mercados regionais foram criados os blocos econômicos.
O comércio internacional está baseado no intercâmbio de mercadorias e seu crescimento irá depender do volume de importação e exportação dos produtos de determinados países. Deve ser considerado também o nível de desenvolvimento da nação, pois se ela for pouco desenvolvida, seus produtos terão baixo valor e eles terão que importar mais do que exportar. O contrário também acontece, pois quanto mais são desenvolvidos, mais aumenta o valor das exportações de seus produtos.
Importar significa adquirir bens e serviços de fora do país. Já exportar é vender produtos e serviços para outros países. Mas é importante ressaltar que o comércio internacional não acontece de modo igual em todos os países. Alguns contribuem mais, outros menos. Essas operações são fiscalizadas e normatizadas pelas aduanas dos países, por meio de regras, normas e termos nacionais que regem essas relações, esse processo é chamado de comércio exterior. As trocas de mercadorias entre países auxilia no desenvolvimento econômico e também de diversas áreas.
Os blocos econômicos se formaram na segunda metade do século XX, sendo um dos principais objetivos integrar, incentivar o crescimento da economia de determinada região, eliminar as barreiras que dificultam a importação e também fortalecer o comércio interno. Por meio de acordos comerciais houve uma integração dos países, facilidades com relação ao fluxo de mercadorias, capitais e serviços, e de forma mais avançada, a livre circulação de pessoas. Dependendo do tipo de integração, os blocos podem ser classificados em zonas de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.
São acordos autorizados entre dois ou mais países, regidos pelo direito internacional, usados para orientar as relações comerciais. Com esses acordos, os países podem, por exemplo, garantir a redução dos impostos de importação para seus produtos.
Existem diversas teorias que envolvem o comércio internacional e entendê-las é fundamental para conhecer como ele funciona. As teorias clássicas chegaram na segunda metade do século XVIII com a necessidade de explicar as trocas internacionais entre os países. Elas surgiram no período mercantilista, no momento em que os países intensificaram suas trocas comerciais livres, chamadas de liberalismo econômico. A sua relação com o comércio internacional era de que diversos países tinham necessidade econômicas e precisam supri-las através de produtos e serviços que podiam ser encontradas em outras partes do mundo. Autores como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill são um dos que merecem destaque sobre o tema.
É uma teoria proposta por Adam Smith, em sua obra Riqueza das Nações (1776), que afirma que uma nação só exportará um produto, caso ela consiga produzí-lo por um custo baixo. Com isso, cada país deveria focar na produção de produtos que fossem mais vantajosos de acordo com os custos e modo de produção. Nisso, a nação deveria considerar seus recursos naturais, clima, localização e competência dos trabalhadores. Quando o país foca na produção e exportação do que tem vantagem absoluta, ele cria condições para importar mercadorias das nações que também tem vantagens absolutas. Essa teoria foi criticada porque nem sempre um país teria um produto que garantisse vantagem absoluta sobre ele.
Para resolver o problema da teoria da vantagem absoluta, David Ricardo criou a Teoria das Vantagens Comparativas, em 1817. Essa teoria apoia a ideia de que também existem condições de comércio internacional para países que não tem vantagens absolutas, a partir do momento em que eles direcionam os trabalhadores a produzirem produtos que contenham maiores vantagens ou menores vantagens comparativas.
Já a Teoria da Demanda Reciproca surge com John Stuart Mill para complementar as teorias anteriores e determina a relação quantitativa de trocas internacionais entre países, verificando as possibilidades e limites de trocas, onde haveria maior ou menor interesse dos países de comercialização no mercado internacional.
As teorias modernas trazem uma explicação do comércio internacional por meio do custo comparativo de oportunidades, que são diferentes entre um país e outro, visto que são consideradas os fatores de produção: natureza, trabalho e capital. A Escola de Upsala da Suécia é uma das responsáveis pela criação de teorias modernas, uma delas é a Teoria das Proporções dos Fatores, proposta pelos economistas Eli Filip Heckscher e Bertil Ohlin. Mesmo sendo controversa, é considerada uma das mais influentes. Ela está apoiada na ideia de que os países estabelecem a troca de mercadorias, pois não podem comercializar os fatores de produção (natureza, trabalho e capital), ou seja, um país onde o trabalho é escasso, importa bens que necessitam desse fator de produção de forma mais intensa e exporta mercadorias que utilizam capital, que é o seu maior fator.
Porter trouxe uma crítica à teoria e propôs a Teoria da Vantagem Competitiva das nações que procurou explicar o motivo de algumas nações serem sedes de empresas bem sucedidas mundialmente. De acordo com ele, nesse mercado são as empresas que competem no mercado internacional e não as nações. Estas são responsáveis por trazerem um estímulo à inovação e a competitividade, sendo a base do comércio internacional.
Os organismos internacionais são organizações criadas a partir do pós-guerra, responsáveis por dar apoio ao sistema capitalista, ao processo de internacionalização das economias e também definir as regras referentes a esse comércio.
O comércio exterior é caracterizado pelas atividades de compra e venda de mercadorias e serviços de um país ou empresa que operam sob uma legislação nacional. É como um país organiza leis, políticas, normas e regulamentos com relação as operações de importação e exportação. Já o comércio internacional trata das relações entre os países em suas transações comerciais, além de intercâmbio político e cultural.